Conheça os diferentes tipos de vinhos e o que os torna únicos para seu paladar

by Margareth

O sabor dos vinhos pode ser como uma bela história que consegue capturar o coração e a imaginação para oferecer uma experiência deliciosa e única a quem está saboreando uma taça da bebida.

Os vinhos podem ser intensos ou suaves, leves ou encorpados, ácidos, adstringentes ou secos. Alguns também apresentarem delicadas notas de doçura, em finais curtos ou prolongados.

Seja uma opção as notas leves e frutadas de um Chardonnay, o sabor ousado de um tinto por excelência como Malbec ou o típico  frescor aromático de um Grenache, cada tipo de vinho tem características próprias e perfis de sabor que podem ser explorados e apreciados.

Neste artigo, você vai entender os diferentes tipos de vinhos e o que os torna únicos.

Os tipos de vinho

Vinhos Brancos

Os sabores dos vinhos brancos podem variar de doce a seco, incluir notas cítricas, florais e de frutas tropicais. As cores podem ter tons amarelos claros, indo do esverdeado ao dourado. Em relação ao corpo do vinho, podemos dividir os brancos em três principais categorias: leve, médio e encorpado.

Vinhos brancos leves

É um tipo de vinho branco com baixo teor alcoólico e paladar leve e fresco. Seu sabor é frutado, com notas cítricas e algumas nuances sutis de ervas. Os brancos leves têm uma acidez vibrante e muitas vezes são descritos como tendo um final limpo.

São feitos com uvas de cor clara, que incluem Pinot Grigio, Sauvignon Blanc ou Chardonnay. Muitas vezes apreciados como aperitivo, esses vinhos acompanham refeições leves e saladas, harmonizam bem com frutos do mar e podem ser tomados com massas de molho branco.

Vinhos brancos médios

Essas são um pouco mais encorpados, com sabor e aromas mais intensos, teor alcoólico moderado, e acidez nítida e refrescante. Os aromas, conforme o terroir, são tipicamente de frutas cítricas, frutas tropicais e notas florais.

No paladar, os sabores frutados podem incluir maçã verde, pêra, lima e até um leve toque de carvalho. Sua textura é suave com um final médio-longo, característico de uvas como Sauvignon Blanc, Chardonnay, Chenin Blanc e Viognier.

Podem ser apreciados sozinhos ou como acompanhamento de refeições. Eles são versáteis e harmonizam com uma variedade de pratos, incluindo peixe, marisco e frango. Para quem quer uma opção fácil de beber, esse tipo de branco oferece muito sabor.

Vinhos brancos encorpados

São os mais ricos em sabores e são mais cheios na boca. Geralmente, têm graduação alcoólica mais elevada, sabor e aromas mais ousados e textura pronunciada.

Brancos encorpados são geralmente feitos de Chardonnay, Viognier, Roussanne, Sémillon, Marsanne e Grenache Blanc. Essas uvas costumam ter mais corpo e textura do que as outras opções. Eles podem variar em sabor de frutas tropicais, frutas cítricas a frutas de caroço.

Vinhos brancos encorpados podem passar ou não por barricas de carvalho, o que lhes confere notas amadeiradas e de caramelo. Este tipo de branco pode ser envelhecido, fazendo assim os sabores se tornarem mais complexos com o passar do tempo.

Esses vinhos são melhores quando servidos mais frios, em comparação aos outros tipos de brancos. São perfeitos para harmonizar com pratos mais pesados ou sabores mais ricos, por exemplo: peixes com molhos, peixes mais gordos e carnudos assados ou grelhados, mariscos, ostras, bacalhau, massas com molhos brancos e ao pesto, aves.

Vinhos Rosés

Normalmente usamos uvas mais escuras na produção de rosés, pois possuem maior concentração de pigmentos nas cascas (antocianinas), que conferem ao vinho seu tom rosa característico.

Uma mescla de vinhos brancos e tintos é utilizada em muitos países para produzir o vinho rosé, entretanto, não é uma técnica adotada por todos os vinicultores. Na Europa, por exemplo, somente a região de Champagne tem autorização para essa forma de produção.

A depender do processo de maceração e das castas de uvas, podemos dizer que os rosés são leves ou encorpados.

Vinhos rosés leves

Os rosés leves são refrescantes e saborosos, apresentam perfil suave com equilíbrio entre doçura e acidez, notas florais,  toques frutados e final é leve e refrescante. São produzidos a partir de uvas Cinsault, Grenache, Merlot, Pinot Noir e outras.

Esses vinhos são ótimos quando tomados sozinhos no clima quente do verão e harmonizam perfeitamente com pratos leves como saladas, frutos do mar e carnes brancas. Também acompanham sobremesas e pratos à base de frutas.

Dica: quanto mais escuro o rosé, maior a intensidade dos taninos e do vinho.

Vinhos rosés encorpados

Vinhos rosés encorpados se tornam atraentes pelos seus perfis de sabor complexos e intensos, que variam do doce e frutado ao seco e salgado, dependendo das castas de uvas selecionadas e do processo de maceração.

Uvas como Cabernet Sauvignon, Malbec, Syrah e Tempranillo maceram por um período longo de tempo, resultando em cores mais profundas e sabores mais marcantes.

Estes vinhos são tipicamente secos e têm um teor alcoólico mais elevado, podendo conter notas de frutas vermelhas maduras, frutas de caroço, ervas frescas e especiarias salgadas. Com acidez e textura firmes, o final é persistente e estimulante.

O vinho rosé encorpado é um ótimo acompanhamento para diversos pratos, massas leves, carnes brancas, peixes, camarão, polvo, queijos e frios, vegetais cozidos ou grelhados e molho com ervas aromáticas.

Uma taça de vinho rosé encorpado também é muito bem-vinda nos dias mais frios.

Vinhos Tintos

Considerando estatísticas sobre vinhos, o vinho tinto é o mais apreciado e consumido em todo o mundo. Tintos oferecem uma ampla gama de sabores, aromas e texturas, que agradam tanto iniciantes quanto conhecedores de vinhos.

O sabor de um bom tinto sempre será único e agradável. Feitos de uvas de cor escura que foram fermentadas com as cascas, são descritos como profundos e robustos. Eles podem ser considerados leves, médios ou encorpados.

Vinhos tintos leves

Vinhos tintos de corpo leve são tipicamente frutados no paladar, com variedades de notas florais e defumadas. Considerados mais suaves, esses tintos têm níveis mais baixos de taninos, álcool e acidez.

Sua tonalidade rubi vem de uvas tintas como Pinot Noir, Zinfandel, Grenache e Sangiovese, tornando o vinho mais claro do que os tintos encorpados. A textura é mais aveludada e tem sabor de frutas como amora, cereja, framboesa e ameixa, destacando o delicado equilíbrio com nuances de especiarias, tabaco e couro.

Versáteis, esses vinhos  harmonizam facilmente com uma variedade de pratos, incluindo saladas, tábuas de charcutaria, legumes, aves assadas e carnes grelhadas. Combinam muito bem com pratos levemente condimentados, massas de molhos à base de tomates, queijos e peixes.

Vinhos tintos médios

Os vinhos tintos de corpo médio são encorpados, mas não muito pesados. Eles têm um perfil de sabor equilibrado de taninos, acidez e doçura. São frequentemente descritos como tendo um caráter frutado, terroso e picante.

A cor varia de um vermelho rubi profundo a um tom mais claro. As uvas comumente usadas incluem Cabernet Sauvignon, Merlot, Syrah, Grenache, Sangiovese e Pinot Noir.

Estes vinhos harmonizam bem com uma variedade de alimentos, desde carnes vermelhas e massas até tábuas de queijos e charcutaria. Também são ótimos para beber sem acompanhamento.

Vinhos tintos encorpados

Os tintos encorpados são vinhos que apresentam maior teor alcoólico e maior concentração de taninos, por isso, são mais adstringentes (secos). Eles costumam ter um forte aroma e sabor de frutas escuras, como amoras, cerejas e ameixas, além de notas terrosas, como couro e tabaco.

Apresentam um paladar cheio, bem estruturado, com uma textura mais intensa e aveludada. O final é longo e persistente e pode conter nuances de carvalho. Vinhos tintos encorpados populares incluem Cabernet Sauvignon, Syrah, Tannat e Zinfandel.

Combinam muito bem com carnes grelhadas, assadas e molhos ricos. Cabernet Sauvignon vai muito bem com um bife suculento, e um Syrah combina com costeleta de porco. Se preferir um doce para harmonizar com vinhos tintos encorpados, experimente um bolo rico em chocolate.

Vinho Licoroso

O vinho licoroso tem um processo de fabricação um pouco diferente da vinificação tradicional para obter duas das suas características mais marcantes: a graduação alcoólica e o teor de açúcar, que são mais elevados nesses tipos de vinhos.

Vinhos licorosos podem ser tintos ou brancos e são considerados secos se possuírem 20gr de açúcar por litro, ou doces, se tiverem mais de 40gr. Por ser adicionado aguardente vínica em seu processo de fermentação, fazendo sua graduação alcoólica chegar a 20% (respeitando as normas de produção do país de origem).

Entre os vinhos licorosos, três são considerados clássicos: o vinho do Porto (Portugal), o Jerez espanhol e o Marsala italiano. Várias castas de uvas são utilizadas, incluindo Tinta Roriz, Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Cão e a Tinta Barroca (Porto); Palomino, Pedro Ximénez e Moscatel (Jerez); Grillo, Catarrato e Inzolia (Marsala).

No que se refere à harmonização, os licorosos são conhecidos como o vinho das sobremesas, por combinarem perfeitamente com esse tipo de prato. Esse vinho realça o sabor dos doces e harmoniza muito bem com chocolate.

Com frequência o vinho licoroso é tomado após o jantar, no entanto, podem também ser tomados como aperitivo ou mesmo durante a refeição.

Vinho frisante

O vinho frisante é um tipo de vinho gaseificado ou efervescente, que pode ser produzido por fermentação natural ou por adição de CO2. Essa textura borbulhante pode ser encontrada em tintos, embora os rosés e brancos sejam mais populares. Os frisantes podem ser secos ou doces.

Às vezes, o frisante é confundido com um espumante, mas a principal diferença está na quantidade de gás em cada bebida: nos espumantes a concentração de gás é maior (entre 4 a 6 atm) do que nos frisantes (2 atm).

Outro diferencial importante é o método de fabricação, sendo mais comuns o Champenoise no Champagne e o Charmat nos vinhos frisantes.

Vinhos frisantes são leves e frutados, harmonizam bem com camarões, salmão, lagostas, e carnes brancas. Mesmo sendo mais doces, a acidez vai estar presente, então o ideal é um frisante com maior teor de açúcar para acompanhar sobremesas e trazer equilíbrio na harmonização.

Classificação dos vinhos – Características das castas de uvas e seus vinhos

Chardonnay

Chardonnay é um dos tipos de uvas mais plantados em todo o mundo e é muito usada em vinhos espumantes. Essa casta de uvas em tons verdes é uma das autorizadas para a produção do Champagne, além da Pinot Noir e do Meunier.

Seus vinhos são conhecidos por serem brancos altamente agradáveis ao paladar, refrescantes e equilibrados. Evidenciam notas mais cítricas e frutadas, podem ser leves ou delicados, estruturados ou encorpados.

Quando passa por barris de carvalho, o Chardonnay adquire sabores mais ricos e complexos e nuances amadeiradas e de baunilha.

Cabernet Sauvignon

Cabernet Sauvignon é conhecida como a rainha das uvas tintas, é a casta mais cultivada no mundo para a produção de vinhos. Produz tintos de cores profundas, com intenso caráter frutado no aroma e paladar, de frutas vermelhas e negras. Ao ser envelhecido em madeira para suavizar os taninos, adquire notas de baunilha, tabaco, couro e especiarias.

Esta casta produz vinhos potentes, com taninos e acidez marcantes e finais longos, que podem ser envelhecidos por muito tempo. Na França, dá origem a alguns dos vinhos mais caros do mundo: em Medoc estão localizadas vinícolas responsáveis pelos icônicos Château Lafite, Château Latour e Château Margaux.

Malbec

Conforme o local de plantação e o conjunto de técnicas implementadas na produção, o sabor da uva Malbec se reflete no vinho. Originário da França (Cahors, a leste de Bordeaux), essa é uma casta que se adapta muito bem aos solos mais ásperos.

Nas vinícolas de Mendoza, na Argentina, o vinho produzido apresenta sabores frutados brilhantes. Os aromas remetem a frutas escuras, cerejas, amoras e ameixas. Por ser envelhecido em madeira, o Malbec adquire notas de baunilha, chocolate e café.

Sua estrutura equilibrada traz para o paladar taninos redondos, aveludados e envolventes. Sua coloração vai do rubi ao roxo intenso e o vinho produzido com a Malbec é considerado um tinto por excelência.

Merlot

Merlot tem sua origem na região de Bordeaux, na França, mas o sul do Brasil tem mostrado grande potencial para a produção dessa casta de uvas. Gera um vinho de paladar intenso, taninos macios, acidez média e uma textura aveludada na boca. O próprio nome faz referência ao tom rubi e violeta profundo.

Revela aromas e paladar frutado, de frutas vermelhas, morango, groselhas, ou pretas, como cereja preta, ameixa e amora. O processo de envelhecimento do Merlot pode ser bem longo, e o vinho se beneficia da madeira, ganhando notas que remetem a café e especiarias, com nuances de chocolate e baunilha.

Tannat

Uva de origem francesa, o nome Tannat se refere aos taninos marcantes, presentes em um vinho ousado e complexo que passa por barris de carvalho para alcançar o equilíbrio e estrutura ideal.

Essa casta se adaptou muito bem  no Paraguai, tornando-se um verdadeiro símbolo da vinicultura do país. Porém, nessa região o paladar é mais frutado e não tão arrojado.

Com cor rubi escuro e profundo, aromas definidos de frutas negras maduras (cerejas e ameixas), ao ser armazenado em barricas adquire notas de couro, especiarias e nuances de café, tabaco e chocolate amargo. Na boca, seu vinho é encorpado e tânico, com final pronunciado.

Pinot Noir

Pinot Noir é uma das castas de uvas mais antigas do mundo. Tradicionais na França, estão presentes em sabores elegantes e inesquecíveis como do Romanée-Conti, sendo uma das principais uvas de alguns dos melhores espumantes e Champagnes.

Sua natureza sensível às alterações de clima e solo aumenta a dificuldade de cultivo, exigindo grande conhecimento e técnica de quem produz e faz a vinificação. Já foi descrita como a “uva do coração partido” devido à sua natureza difícil, no entanto, todos esses fatores tornam o Pinot Noir a matéria-prima de vinhos especiais para saborear.

Essa uva produz vinhos tipicamente de cor rubi claro com sabor frutado de aroma com notas de cereja, framboesa e flores, além de nuances de couro, especiarias e cogumelos secos.

Classificação do vinho em teor de açúcar: seco, suave (doce) e meio-seco

Os vinhos podem ser doces, secos ou meio secos, conforme seu teor de açúcar. Esses açúcares estão naturalmente presentes nas uvas e são transformados em álcool durante a fermentação do vinho. A fermentação ocorre até que o vinho alcance o nível de doçura adequada e, ao interromper o processo, o açúcar que ficou (açúcar residual), irá dar o sabor doce a bebida.

Nos vinhos doces, a colheita tardia (uvas mais maduras) e o appassimento (secagem da uva) também aumentam os níveis de açúcar. Além disso, é possível adicionar açúcar usando suco de uva filtrado durante a fabricação do vinho.

Vinhos suaves seguem a mesma legislação dos vinhos doces em relação aos níveis de açúcar residual. É importante deixar claro que essa legislação varia conforme o país, existindo diferenças de classificação significativas de vinhos no Brasil e em outros países, a saber:

No Brasil:

Vinho seco: 0 a 4g de açúcar/litro
Vinho meio seco: 4,1 a 24g de açúcar/litro
Vinho doce ou suave: acima de 25g de açúcar/litro.

Na Europa:

Vinho seco: 0 a 4g de açúcar/litro ou 5g de açúcar/litro, conforme acidez
Vinho meio-seco: 4 a 12g de açúcar/litro ou 9 a 18g de açúcar/litro, conforme acidez
Vinho meio-doce: 12 a 45g de açúcar/litro ou 10 a 45g de açúcar/litro, conforme acidez
Vinho doce ou suave: acima de 45g de açúcar/litro

Conclusão

Dos sabores leves e aromáticos aos arrojados e encorpados, os diferentes tipos de vinhos podem oferecer uma experiência única e fascinante. Cada casta tem seu próprio sabor e aroma nos convidam a saborear, apreciar e brindar.

Perguntas frequentes (FAQs)

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